Materias do Bloco

04.04.12

 A causalidade da Lei Mística

 TC - Edição 511 - Publicado em 19/Março/2011 - Página 52

O Buda Nitiren Daishonin, ao revelar o Nam-myoho-rengue-kyo, demonstrou de forma prática e eficiente uma nova visão sobre a lei de causa e efeito.
Mas por que "nova visão"?
Porque existem outras visões sobre causa e efeito, baseadas na ciência, nas religiões, nos ensinos budistas e não budistas.
Duas visões básicas
O “rengue”, conforme apresentado por Nitiren Daishonin, é caracterizado pela simultaneidade de causa e efeito [causalidade da Lei Mística]. A “lei geral de causa e efeito” — que não é a lei do Budismo Nitiren — é caracterizada por um intervalo que separa a causa do efeito. Por isso, não é capaz de conduzir à iluminação ou muito menos realizar a transformação cármica.
A flor de Lótus
O “rengue” é representado pela flor de lótus cujas pétalas e cujo receptáculo (que contém o fruto) se abrem ao mesmo tempo. O fruto é produzido no mesmo instante (simultaneamente) em que a flor desabrocha. Isso representa a causa e o efeito, que ocorre ao mesmo tempo. E o mais importante: acontece no presente.
O passado não muda o futuro
Pode parecer óbvio, mas uma pessoa falha em transformar seu carma quando suas ações estão baseadas na ideia de que o passado muda o futuro. O passado não existe mais, e o futuro não aconteceu. Logo, ela fica "no ar", à mercê das mudanças da rea­lidade, alheia a tudo. Agindo assim, a pessoa a vive de maneira descrente, sendo jogada de um lado para o outro, dominada por um sentimento de impotência diante da vida.
Entre causa e efeito não há intervalo
Uma pessoa que fica se remoendo pelo passado e ansiosa pelo futuro é alguém que acredita que o passado muda o futuro. É alguém que acredita que entre a causa e o efeito há um intervalo. Outro exemplo é o de uma pessoa que busca salvação fora de si mesma (orar e esperar o resultado aparecer) e também tem como característica não acreditar no presente.
Não fique prisioneiro do passado
“Ao elevarmos nosso estado de vida no presente, as causas negativas que fizemos no passado são transformadas em positivas. Não há necessidade de ficarmos prisioneiros do passado; de fato, podemos até mesmo mudar o passado.”
(BS, edição nº 2.011, 14 de novembro de 2009, p. A4.)
Oração com fé no presente muda o passado e o futuro
“Ele [Jossei Toda] disse: ‘[...] Por meio da oração, conseguimos passar uma borracha nas causas e nos efeitos do passado e revelar nossa verdadeira identidade como pessoas comuns iluminadas desde o tempo sem começo’. Não importa o que tenha acontecido no passado nem o que está acontecendo agora, nós podemos fazer uma nova causa no presente — uma verdadeira causa embasada na Lei Mística, que é a causa mais forte de todas — e redirecionar o curso atual de nossa vida.” (Ibidem.)
Causas passadas não governam o futuro
“As causas passadas não governam o futuro. Quem manda no futuro é o presente. Nitiren Daishonin ressalta que, sejam quais forem as causas cármicas passadas, podemos construir um futuro brilhante por meio das causas que fazemos agora. É nesse aspecto que encontramos o verdadeiro valor do Budismo Nitiren. O propósito de Nitiren
Daishonin ao explicar o carma é mostrar que podemos transformá-lo definitivamente.” (Explanação - Abertura dos Olhos, p. 210.)
O Budismo Nitiren não é fatalista
A intenção de Nitiren Daishonin, ao explicar sobre a lei de causa e efeito e o carma, é apresentar um meio prático de transformação da nossa realidade por meio da manifestação do estado de Buda. Todos têm o estado de Buda; a questão é como manifestá-lo na vida real, e o mais importante: agora!
Vamos raciocinar
O objetivo é transformar. Se a “lei geral de causa e efeito” for a base da nossa vida, a transformação será impossível. Exatamente por isso ela não corresponde à visão de Nitiren Daishonin, porque só conduz a um pensamento pessimista e não transforma. Então, o que fazer?!
A causalidade da Lei Mística
A resposta de Nitiren Daishonin é a causalidade da Lei Mística. O presidente Ikeda explica: “A ‘causalidade para atingir o estado de Buda’ implica eliminar o mal fundamental e manifestar com vigor o estado de Buda — a nona consciência — que existe na essência da vida. Esta é a ‘causalidade da Lei Mística’, implícita no Sutra de Lótus; ou seja, no Nam-myoho-rengue-kyo” (TC, edição nº 502, junho de 2010, p. 44).
Como funciona a causa e efeito da Lei Mística?
O presidente Ikeda disse: “Mesmo que neste momento estejamos sofrendo devido a alguma retribuição cármica, se nos basearmos na causalidade da Lei Mística, manifestamos imediatamente o vasto estado de vida de Buda. Isso quer dizer que só podemos transformar realmente nosso carma por meio da Lei Mística da simultaneidade de causa e efeito.” (TC, edição nº 502, junho de 2010, p. 44).
Como viver essa lei na prática
O presidente Ikeda continua: “Nitiren Daishonin esclarece o tipo de prática budista que nos possibilita realizar causas positivas fundamentais. Essa prática não é outra senão o Chakubuku (...) um ato que incorpora a causalidade da Lei Mística e que nos permite transformar o carma.” (Ibidem)
Mesma postura do Buda
Quando nos munimos da “coragem de um leão”, praticamos com a mesma postura que Nitiren Daishonin e nos empenhamos intrepidamente para propagar o ensino correto, manifestamos de nosso interior um estado de Buda idêntico ao que foi manifestado por ele.
Chakubuku
“‘Se Nitiren está fazendo a mesma causa que o Bodhisattva Jamais Desprezar, como seria possível ele não se tornar um buda igual a Sakyamuni?’, pergunta-se Nitiren Daishonin pelo bem dos discípulos. A frase indica o princípio da inseparabilidade de mestre e discípulo. Em outras palavras, nós também podemos, infalivelmente, atingir o estado de Buda se seguirmos o exemplo do Buda Nitiren e triunfarmos sobre nossas adversidades, e mantivermos firmemente a prática do Chakubuku: refutar o errôneo e revelar o verdadeiro.” (Ibidem)
Quando nos munimos da “coragem de um leão”, praticamos com a mesma postura que Nitiren Daishonin e nos empenhamos intrepidamente para propagar o ensino correto, manifestamos de nosso interior um estado de Buda idêntico ao que foi manifestado por ele.
Causalidade de mestre e discípulo
O presidente Ikeda avança no tema e apresenta a “causalidade de mestre e discípulo” — ter a mesma conduta que o Mestre — como a chave para a transformação do carma. “É
natural que nossa vida pareça bem diferente da vida de um grande predecessor como Nitiren Daishonin. Isso é perfeitamente lógico já que somos indivíduos diferentes, cada um com as próprias circunstâncias, personalidade, capacidades e subjetividade. No entanto, se fizermos o mesmo tipo de causa que os corajosos devotos do Sutra de Lótus do passado realizaram, ou seja, se mantivermos o mesmo curso de ação e a mesma prática que eles, poderemos obter os mesmos efeitos ou resultados. Esta é uma forma de ver a causalidade baseada no caminho do mestre e do discípulo” (Ibidem).
O caminho para se atingir a iluminação
O presidente Ikeda ensina: “Embora os discípulos se sintam totalmente diferentes do mestre em termos de sabedoria e de benevolência, enquanto mantiverem o mesmo compromisso, os mesmos ideais e esforços abnegados que o mestre, poderão, sem falta, desfrutar um estado de vida tão sublime e vasto quanto o do mestre. Este é o caminho para atingir a iluminação com base na unicidade de mestre e discípulo que pulsa no Sutra de Lótus” (Ibidem). 
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22.03.12

 Os Encantos da Filosofia Budista - Para Iniciantes

 Uma vida estável e feliz — Levantar-se só é o caminho!

Edição 2123 - Publicado em 17/Março/2012 - Página A4

PARTE 79

A juventude não tem idade. Ela é medida pela energia vital. Uma das qualidades da juventude é o espírito de levantar-se só. Esse espírito provoca a transformação da vida e cria estabilidade. Você quer uma vida estável e feliz? Levantar-se só é o caminho!
Estabilidade não é estagnação
Estabilidade é vida; estagnação, morte. Nada fica parado no universo. Por haver movimento, há estabilidade. A falta de esforço espiritual leva à destruição.

Estabilidade é avanço
Estabilidade não se refere a um ponto de chegada, é a ação empreendida para atingir o processo. Estagnação é derrota, pois a pessoa estagnada desistiu de lutar, de crescer.

A vida é ação
O presidente Ikeda afirma: “Tudo é ação. A vida está constantemente mudando. O universo também está em movimento. Viver é movimentar-se. O progresso equipara-se à vida. A estagnação iguala-se à morte. Um peão fica estável porque gira. Quando para de girar, não pode ficar em pé”.
O universo como aliado
O filósofo Ralph Waldo Emerson defende: “O homem levanta-se por si só, e o universo levanta-se por ele também”. Aquele que tem a convicção de “levantar-se só” tem o universo como seu aliado.

Levantar-se decididamente
De acordo com o presidente Ikeda: “O que importa é levantar-se decididamente. Neste momento, os deuses budistas levantam-se em resposta e protegem essa pessoa. Eu provei esse princípio em minha vida. Quando alguém está só, pode dizer se ela é ou não genuína. Uma pessoa de verdadeira essência é aquela que se levanta só. Enquanto estiverem simplesmente boiando na multidão, a sua posição, não importando o quanto seja invejável, é tão insubstancial quanto um sonho”.
FORÇA DE LEÃO
O presidente Ikeda ainda afirma que “o Sr. Makiguti, que deu a vida por suas crenças, exclamava com paixão: ‘É preferível um único leão a mil ovelhas!’ Leão é outro nome para uma pessoa de coragem o suficiente para levantar-se só. É com essa coragem de levantar-se só que encontramos a essência da fé e a chave para a vitória na vida. Daishonin escreveu: ‘Oro para que meus seguidores sejam herdeiros do rei-leão, e que estejam acima dos escárnios dos bandos de raposas.’ (Gosho Zenshu, pág. 1589.) Esse era seu mais acalentado desejo. Vamos reconhecer profundamente que nós da SGI somos um grupo de leões que herdaram o legado real da coragem.“
Iluminação é levantar-se só
O mestre continua: “O buda se levanta só. Quando nos levantamos sós em nossa respectiva condição, nos tornamos budas”.

Levantar-se só é aplicar o itinen sanzen
“A joia do desejo concedido refere-se ao princípio dos Três Mil Mundos num Único Momento da Vida (Itinen Sanzen); refere-se ao Gohonzon. No Gosho, encontramos: ‘A joia preciosa é o princípio dos três mil mundos num único momento da vida’. A fé significa estar convicto de que, por meio da própria presença, é possível transformar tudo. É uma fé impelida pelo espírito de levantar-se só”, explica o presidente Ikeda.

A verdadeira tranquilidade é resultado de esforços
Apenas por meio de grandes esforços, o universo, a sociedade e a vida humana atingem a estabilidade. A verdadeira estabilidade não está na indolência ou em passar o tempo ociosamente. A tranquilidade nasce de um grande esforço.

Verdadeira paz
O Buda Nitiren Daishonin diz no Registro dos Ensinos Orais: “Deve-se considerar isso como a verdadeira paz e conforto ao enfrentar um obstáculo” (GZ, p. 750). A felicidade encontra-se em agir para realizar a própria missão. A verdadeira paz e tranquilidade na vida encontram-se em lutar arduamente em prol do Kossen-rufu. Nesta época, não há outra prática budista além das atividades da Organização em prol do Kossen-rufu. Daishonin também disse: “Agora que Nitiren e seus discípulos recitam o Nam-myoho-rengue-kyo, eles são como um forte vento a soprar” (GZ, p. 742).
Conclusão
Levantar-se só não é se isolar e agir de maneira individualista. Significa não culpar ninguém pelo resultado da sua vida, é agir para mudar seu ambiente. Manifestar a felicidade dentro de si mesmo. Assumir-se como agente transformador, dando o máximo de si para mudar a sua vida e contribuindo para felicidade do outro. Portanto, levantar-se só é “estar absolutamente convicto de que, por meio da própria presença, é possível transformar tudo”.
As citações foram extraídas do BS: edições nº 1.336, 16 de setembro de 1995, p.3; e nº 1.360, 30 de março de 1996, p. 3.
 15.03.12

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Editora Brasil Seikyo Brasil Seikyo - Edição 1675 - 16/11/2002 - Pág.A2 - Editorial
Impresso por Eduardo Batista Amaral (156811-6) página 1
Brasil Seikyo - Editorial

Simultaneidade da lei de causa e efeito

Como sabemos, um dos pontos fundamentais do Budismo de Nitiren Daishonin é a lei de causa e
efeito. As causas, e conseqüentemente os efeitos, são formadas por nossos pensamentos, palavras e
ações.
Ligado a esse conceito, existe o princípio da simultaneidade da lei de causa e efeito, ou seja, no
momento que você faz a causa o efeito também é construído. No entanto, esse efeito se manifestará
quando criamos circunstâncias favoráveis para que isso ocorra.
A lei de causa e efeito age tanto do lado positivo como negativo da vida, ou seja, com nossas ações
criamos tanto o carma positivo quanto o negativo.
Nesse contexto, chegamos a um termo muito importante do budismo que é o princípio místico da
verdadeira causa. Ou seja, a cada momento estamos criando efeitos novos para nossa vida, os quais
estão, conseqüentemente, ligados ao carma que carregamos de várias existências.
No entanto, este conceito nos remete a um ponto importante: não devemos ficar pensando nas causas
que fizemos no passado, em nosso carma, mas sim devemos observar que tipo de causas estamos
fazendo para o futuro. Essa é a razão de receber esta denominação, “verdadeira causa”.
Ao mesmo tempo, essa “verdadeira causa” está associada ao estado de Buda que temos inerente em
nossa vida.
Por mais que hoje nossa circunstância seja adversa, possuímos a “verdadeira causa” da felicidade, pois
somos Bodhisattvas da Terra e possuímos o estado de Buda.
O que precisamos é orar diariamente e atuar em prol da felicidade das pessoas. Assim estaremos
criando causas para que o efeito seja abarcado pela “verdadeira causa do estado de Buda” de nossa
vida.
Para isso, precisamos ser sinceros e honestos não somente para com os outros, mas principalmente
para conosco. Precisamos ter uma vida limpa, digna de olhar para o Gohonzon e dizer “eu sou sincero,
honesto e digno discípulo do presidente Ikeda”.
Esta honestidade deve ser aplicada não somente na prática budista, mas nas pequenas coisas do
dia-a-dia, desde a hora que nos levantamos até o momento que colocamos nosso rosto no travesseiro
para dormir. Como sabemos, budismo é a própria vida diária.
“A virtude invisível e a recompensa visível”
Este título é de uma carta de Nitiren Daishonin que, acredita-se, tenha sido escrita para Shijo Kingo em
23 de abril de 1278, enquanto ele vivia no Monte Minobu.
Consta nessa carta: “Nada é mais terrível numa pessoa do que a deslealdade. Visto que o seu irmão
mais velho e seu irmão mais novo, por vontade própria, tornaram-se inimigos do Sutra de Lótus e o
abandonaram, eles são os desleais, e o senhor, em si, não tem culpa.
Editora Brasil Seikyo Brasil Seikyo - Edição 1675 - 16/11/2002 - Pág.A2 - Editorial
Impresso por Eduardo Batista Amaral (156811-6) página 2
“Porém, se negligenciar cuidar das esposas deles, com certeza estará agindo de forma desleal. Se o
seu feudo for aumentado, proporcione-lhes o necessário a partir de seus próprios estoques, não
poupando esforços para assegurar o bem-estar delas. Somente se fizer isso, seus falecidos pais o
protegerão sem falha, e as orações de Nitiren também serão respondidas.
“Não obstante que falhas as esposas de seus irmãos possam exibir, não preste atenção.
“Em vista dos fatos, acredite que se simplesmente agir como recomendo, suas terras serão ainda mais
ampliadas e o senhor obterá a confiança dos outros.
“Como tenho dito com freqüência, a virtude invisível gera recompensa visível.
“Embora todos os seus colegas samurais tenham feito calúnias a seu respeito ao seu lorde, e ele
próprio tenha acreditado que essas acusações fossem verdadeiras, pelo fato de o senhor ter, durante
alguns anos, acalentado honestamente um forte desejo quanto à salvação de seu lorde em sua próxima
vida, pôde receber esse benefício.
“E, isto é apenas o início, esteja convicto de que a sua grande recompensa ainda está por vir.
“Além disso, o senhor deve manter um bom relacionamento com os outros praticantes, não vendo,
ouvindo, nem apontando nada a respeito deles que possa desagradá-lo.
“Deve permanecer calmo e continuar oferecendo orações. O que mencionei anteriormente não é
meramente minha própria opinião. É o âmago dos mil volumes das escrituras externas e dos cinco mil
volumes das escrituras internas.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 6, págs. 61–62.)
Conforme podemos observar, tudo na vida é causa e efeito e nossas ações invisíveis, aquelas que
fazemos sem que ninguém veja, manifestam-se em recompensa, ou efeito, visíveis em nossa vida.
Por isso, precisamos ser fiéis à Lei, ao Mestre e a nós mesmos e dessa forma empreendermos ações,
sendo ou não observados ou elogiados pelos outros, pois tudo se reverterá para nós mesmos. Esta é a
lei da vida. Este é o Budismo de Nitiren que praticamos.
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A causalidade da Lei Mística

TC - Edição 511 - Publicado em 19/Março/2011 - Página 52
O Buda Nitiren Daishonin, ao revelar o Nam-myoho-rengue-kyo, demonstrou de forma prática e eficiente uma nova visão sobre a lei de causa e efeito.
Mas por que "nova visão"?
Porque existem outras visões sobre causa e efeito, baseadas na ciência, nas religiões, nos ensinos budistas e não budistas.
Duas visões básicas
O “rengue”, conforme apresentado por Nitiren Daishonin, é caracterizado pela simultaneidade de causa e efeito [causalidade da Lei Mística]. A “lei geral de causa e efeito” — que não é a lei do Budismo Nitiren — é caracterizada por um intervalo que separa a causa do efeito. Por isso, não é capaz de conduzir à iluminação ou muito menos realizar a transformação cármica.
A flor de Lótus
O “rengue” é representado pela flor de lótus cujas pétalas e cujo receptáculo (que contém o fruto) se abrem ao mesmo tempo. O fruto é produzido no mesmo instante (simultaneamente) em que a flor desabrocha. Isso representa a causa e o efeito, que ocorre ao mesmo tempo. E o mais importante: acontece no presente.
O passado não muda o futuro
Pode parecer óbvio, mas uma pessoa falha em transformar seu carma quando suas ações estão baseadas na ideia de que o passado muda o futuro. O passado não existe mais, e o futuro não aconteceu. Logo, ela fica "no ar", à mercê das mudanças da rea­lidade, alheia a tudo. Agindo assim, a pessoa a vive de maneira descrente, sendo jogada de um lado para o outro, dominada por um sentimento de impotência diante da vida.
Entre causa e efeito não há intervalo
Uma pessoa que fica se remoendo pelo passado e ansiosa pelo futuro é alguém que acredita que o passado muda o futuro. É alguém que acredita que entre a causa e o efeito há um intervalo. Outro exemplo é o de uma pessoa que busca salvação fora de si mesma (orar e esperar o resultado aparecer) e também tem como característica não acreditar no presente.
Não fique prisioneiro do passado
“Ao elevarmos nosso estado de vida no presente, as causas negativas que fizemos no passado são transformadas em positivas. Não há necessidade de ficarmos prisioneiros do passado; de fato, podemos até mesmo mudar o passado.”
(BS, edição nº 2.011, 14 de novembro de 2009, p. A4.)
Oração com fé no presente muda o passado e o futuro
“Ele [Jossei Toda] disse: ‘[...] Por meio da oração, conseguimos passar uma borracha nas causas e nos efeitos do passado e revelar nossa verdadeira identidade como pessoas comuns iluminadas desde o tempo sem começo’. Não importa o que tenha acontecido no passado nem o que está acontecendo agora, nós podemos fazer uma nova causa no presente — uma verdadeira causa embasada na Lei Mística, que é a causa mais forte de todas — e redirecionar o curso atual de nossa vida.” (Ibidem.)
Causas passadas não governam o futuro
“As causas passadas não governam o futuro. Quem manda no futuro é o presente. Nitiren Daishonin ressalta que, sejam quais forem as causas cármicas passadas, podemos construir um futuro brilhante por meio das causas que fazemos agora. É nesse aspecto que encontramos o verdadeiro valor do Budismo Nitiren. O propósito de Nitiren Daishonin ao explicar o carma é mostrar que podemos transformá-lo definitivamente.” (Explanação - Abertura dos Olhos, p. 210.)
O Budismo Nitiren não é fatalista
A intenção de Nitiren Daishonin, ao explicar sobre a lei de causa e efeito e o carma, é apresentar um meio prático de transformação da nossa realidade por meio da manifestação do estado de Buda. Todos têm o estado de Buda; a questão é como manifestá-lo na vida real, e o mais importante: agora!
Vamos raciocinar
O objetivo é transformar. Se a “lei geral de causa e efeito” for a base da nossa vida, a transformação será impossível. Exatamente por isso ela não corresponde à visão de Nitiren Daishonin, porque só conduz a um pensamento pessimista e não transforma. Então, o que fazer?!
A causalidade da Lei Mística
A resposta de Nitiren Daishonin é a causalidade da Lei Mística. O presidente Ikeda explica: “A ‘causalidade para atingir o estado de Buda’ implica eliminar o mal fundamental e manifestar com vigor o estado de Buda — a nona consciência — que existe na essência da vida. Esta é a ‘causalidade da Lei Mística’, implícita no Sutra de Lótus; ou seja, no Nam-myoho-rengue-kyo” (TC, edição nº 502, junho de 2010, p. 44).
Como funciona a causa e efeito da Lei Mística?
O presidente Ikeda disse: “Mesmo que neste momento estejamos sofrendo devido a alguma retribuição cármica, se nos basearmos na causalidade da Lei Mística, manifestamos imediatamente o vasto estado de vida de Buda. Isso quer dizer que só podemos transformar realmente nosso carma por meio da Lei Mística da simultaneidade de causa e efeito.” (TC, edição nº 502, junho de 2010, p. 44).
Como viver essa lei na prática
O presidente Ikeda continua: “Nitiren Daishonin esclarece o tipo de prática budista que nos possibilita realizar causas positivas fundamentais. Essa prática não é outra senão o Chakubuku (...) um ato que incorpora a causalidade da Lei Mística e que nos permite transformar o carma.” (Ibidem)
Mesma postura do Buda
Quando nos munimos da “coragem de um leão”, praticamos com a mesma postura que Nitiren Daishonin e nos empenhamos intrepidamente para propagar o ensino correto, manifestamos de nosso interior um estado de Buda idêntico ao que foi manifestado por ele.
Chakubuku
“‘Se Nitiren está fazendo a mesma causa que o Bodhisattva Jamais Desprezar, como seria possível ele não se tornar um buda igual a Sakyamuni?’, pergunta-se Nitiren Daishonin pelo bem dos discípulos. A frase indica o princípio da inseparabilidade de mestre e discípulo. Em outras palavras, nós também podemos, infalivelmente, atingir o estado de Buda se seguirmos o exemplo do Buda Nitiren e triunfarmos sobre nossas adversidades, e mantivermos firmemente a prática do Chakubuku: refutar o errôneo e revelar o verdadeiro.” (Ibidem)
Quando nos munimos da “coragem de um leão”, praticamos com a mesma postura que Nitiren Daishonin e nos empenhamos intrepidamente para propagar o ensino correto, manifestamos de nosso interior um estado de Buda idêntico ao que foi manifestado por ele.
Causalidade de mestre e discípulo
O presidente Ikeda avança no tema e apresenta a “causalidade de mestre e discípulo” — ter a mesma conduta que o Mestre — como a chave para a transformação do carma. “É natural que nossa vida pareça bem diferente da vida de um grande predecessor como Nitiren Daishonin. Isso é perfeitamente lógico já que somos indivíduos diferentes, cada um com as próprias circunstâncias, personalidade, capacidades e subjetividade. No entanto, se fizermos o mesmo tipo de causa que os corajosos devotos do Sutra de Lótus do passado realizaram, ou seja, se mantivermos o mesmo curso de ação e a mesma prática que eles, poderemos obter os mesmos efeitos ou resultados. Esta é uma forma de ver a causalidade baseada no caminho do mestre e do discípulo” (Ibidem).
O caminho para se atingir a iluminação
O presidente Ikeda ensina: “Embora os discípulos se sintam totalmente diferentes do mestre em termos de sabedoria e de benevolência, enquanto mantiverem o mesmo compromisso, os mesmos ideais e esforços abnegados que o mestre, poderão, sem falta, desfrutar um estado de vida tão sublime e vasto quanto o do mestre. Este é o caminho para atingir a iluminação com base na unicidade de mestre e discípulo que pulsa no Sutra de Lótus” (Ibidem). 

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16.02.12
A importância do incentivo
Edição 2118 - Publicado em 04/Fevereiro/2012 - Página A4
O incentivo transforma as outras pessoas, assim como a si próprio. Nessa ação encontra-se a força da SGI. Presente em 192 países e territórios, nossa organização é uma sólida rede de incentivo. O encorajamento é revelado pelo Sutra de Lótus como o caminho para a iluminação.
CAMINHO DO ENCORAJAMENTO MÚTUO. Quando uma pessoa incentiva outras, ela própria se torna confiante e capaz de desafiar suas circunstâncias; assim são os jovens da BSGI
O Sutra de Lótus
O incentivo é representado no Sutra de Lótus pelo Bodhisattva Mérito Universal. Devido aos poderes místicos desse bodhisattva, a propagação desse é possível.

O poder místico
O poder místico desse bodhisattva é a capacidade de incentivar as pessoas a ponto de transformá-las. Esse incentivo é fundamentado no espírito do Sutra de Lótus.

Espírito do Sutra de Lótus
Esse espírito é o princípio da Iluminação Universal que afirma que todas as pessoas e todos os fenômenos são budas e, portanto, dignas de respeito.

O fundamento da SGI
O incentivo é a ação que cria valor, em quem oferece e em quem recebe. A SGI é uma organização para a criação de valores em si e nos outros e fundamenta suas atividades nesse tipo de incentivo.

Criação de valor
O incentivo cria valor na vida das pessoas quando não é engessado em dogmas e palavras prontas. Para incentivar, é preciso ter a sabedoria do Bodhisattva Mérito Universal.

Sabedoria do Mérito Universal
O presidente Ikeda define: “A sabedoria que atua de acordo com as circunstâncias mutáveis significa criação de valor”.
Incentivo adequado
a cada pessoa
A sabedoria para perceber que cada pessoa é única e, consequentemente, oferecer o incentivo adequado, surge somente quando é fundamentada no princípio da Iluminação Universal.

O espírito do Mérito Universal
“Mérito Universal” é dar condições às pessoas para elas libertarem sua sabedoria e se tornarem felizes. O desejo de ajudar as pessoas com as quais entramos em contato é o espírito do Bodhisattva Mérito Universal.
Não ao dogmatismo
O presidente Ikeda orienta: “Sem fundamentos, tudo se torna arbitrário e se desmorona. Porém, simplesmente brandir regras significa dogmatismo”.

O fundamento é a fé
“Por fé, quero dizer aquela motivada pelo senso de responsabilidade para assegurar que todas as pessoas se tornem felizes sem falta. Ter esse espírito é o mesmo que incorporar o espírito do Bodhisattva Mérito Universal e possuir ‘poderes místicos’. Essa é a força motriz que move o Kossen-rufu.”

Nitiren Daishonin
Consta no Ongui Kuden: “É graças aos poderes místicos do Bodhisattva Mérito Universal que este Sutra de Lótus se propaga por todo Jambudvipa [mundo inteiro]. Portanto, a ampla propagação desse sutra deve estar sob o cuidado e a proteção do Bodhisattva Mérito Universal” (GZ, p. 780).

Sabedoria ilimitada
A questão principal é que, quando realmente nos preocupamos com outra pessoa, brota uma sabedoria ilimitada. É isso o que o Bodhisattva Mérito Universal (Fuguen) representa.

A seriedade do Mestre
Uma história retrata a seriedade do Mestre quando o assunto é incentivo. Numa ocasião, o presidente Ikeda orientava uma pessoa na Organização. O membro, que praticava havia muitos anos, sofria de uma doença pulmonar. Como sua condição não demonstrava sinais de melhora, ele foi buscar orientação junto com a esposa.

Pare com essa barulheira
Enquanto o presidente Ikeda conversava com eles, o telefone tocou e o Sr. Hiroshi Hojo atendeu. Era uma questão que ele precisava resolver, e assim continuou a falar em voz baixa. De repente, o líder da SGI exclamou: “Pare com essa barulheira!”

Dedico-me totalmente
Após o Sr. Hojo ter desligado o telefone um tanto surpreso, o presidente Ikeda explicou tranquilamente: “Esta pessoa está sofrendo de uma doença pulmonar. Quando dou orientações, mentalizo o Gohonzon e dedico-me totalmente a incentivar essa pessoa. Quem interrompe essa interação está se comportando tal como o descuidado Wei Yen”.

O descuidado Wei Yen
Uma parte do clássico chinês Romance dos Três Reinos, relata quando o primeiro-ministro Chuko K’ung-ming oferece suas últimas orações após uma longa batalha contra a doença. Nesse momento, no entanto, uma intrusão do descuidado general Wei Yen faz apagar num instante uma chama que havia queimado continuamente durante sete dias em louvor do primeiro-ministro, fazendo que se extinguisse também a chama de sua vida.

Sobre o episódio
O presidente Ikeda comentou: “Sinto por ter perdido a paciência com o Sr. Hojo! Era tão direto com ele porque sabia que ele podia suportar. (...) Quem quer que eu encontre, sempre dedico todo meu ser a esse encontro, levando em consideração que jamais terei a oportunidade de encontrar essa pessoa novamente. No início de nosso movimento, ninguém acreditava que o Kossen-rufu Mundial se tornasse uma realidade. Mas essa é a profecia do Sutra de Lótus e o desejo de Nitiren Daishonin. Meu espírito sempre foi: ‘Se eu não der este primeiro passo agora, o caminho nunca será aberto’; ‘Se viajar pelo mundo agora, plantando em cada país as sementes da paz da Lei Mística, algum dia essas sementes darão fruto’; ‘Se eu abrir o caminho agora, os outros consequentemente me seguirão com orgulho’. Entrei em ação acreditando firmemente que os jovens um dia se levantariam com convicção, sentindo-se encorajados, pensando: ‘O presidente Ikeda veio de tão longe por nós’. A partir do nada — sem dinheiro, sem apoio, sem recursos humanos nem tempo — nós conseguimos abrir um caminho por onde nunca ninguém havia estado antes. E agora, de acordo com minha convicção, os Bodhisattvas da Terra apareceram em 192 países e territórios”.

Conclusão
“O mundo da SGI também é um mundo de caloroso companheirismo. ‘Está tudo bem com você?’, ‘Como tem passado?’, ‘Boa sorte!’ Espero que palavras de incentivo como essas sejam sempre ditas entre os membros da SGI. Quando o sentimento de uma pessoa é transmitido, torna-se uma fonte de força para as demais. Quando a pessoa gera a sua força, o caminho adiante se abre definitiva e amplamente. É igualmente verdadeiro que, quando uma pessoa encoraja outras, ela própria torna-se corajosa e confiante. O encorajamento muda a si próprio como também aos outros” (BS, edição no 1.257, 22 de janeiro de 1994, p. 3).

Fonte: As frases citadas foram extraídas de BS, edição nº 1.570, 2 de setembro de 2000, p. A3.
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09.02.12

Consistência do Início ao Fim

Edição 521 - Publicado em 07/Janeiro/2012 - Página 44
A Consistência do Início ao Fim é uma relação coerente dos Dez Fatores da Vida em todos os momentos da vida. Quando se entende e age com base nesse princípio, é possível conquistar todos os objetivos.
CONSISTÊNCIA. Os Dez Fatores da Vida são iluminados pelo estado de Buda
Explicando
Para entender o princípio da Consistência do Início ao Fim, primeiro vamos explicar os Dez Fatores da Vida. São eles: Aparência, Natureza, Entidade, Poder, Influência, Causa Inerente, Relação, Efeito Latente, Efeito Manifesto e Consistência do Início ao Fim.
Dez Fatores
Diariamente, recitamos os Dez Fatores da Vida durante o Gongyo. O trecho correspondente é: Nyo-ze-so / Nyo-ze-sho / Nyo-ze-tai / Nyo-ze-riki / Nyo-ze-sa / Nyo-ze-in / Nyo-ze-en / Nyo-ze-ka / Nyo-ze-ho / Nyo-ze-hon-ma-ku-kyo-to.
Aparência
É o aspecto externo das coisas. Está à mostra e, por isso, as outras pessoas podem vê-lo.
Natureza
É natural e inerente à pessoa. Porém, não é visível ao exterior. Segundo Tient’ai, é a natureza de Buda existente em todas as pessoas.
Entidade
A soma da natureza e da aparência gera a entidade, ou seja, a essência da vida. Tient’ai interpretou entidade como algo indestrutível na vida de um buda.
Poder
É o poder inerente à vida de cada pessoa. Refere-se às habilidades e aos potenciais ocultos na vida.
Influência
A manifestação, ou a atividade (ação), desse poder é a influência.
Causa Inerente
São causas internas (ocultas) de transformação que cada fenômeno possui.
Relação
São várias condições indiretas que vão ativar as causas inerentes e gerar efeitos.
Efeito Latente
É o efeito direto de qualquer transformação. Somando-se a causa inerente com a relação, surge o efeito latente.
Efeito Manifesto
É a manifestação perceptível da causa e da relação.
Consistência do Início ao Fim
É a coerência e consistência entre os nove primeiros fatores.
O Mestre explica
Sobre os Dez Fatores da Vida, o presidente Ikeda diz: “Sua existência é um fenômeno. Suas feições fisionômicas, postura e assim por diante constituem a aparência do fenômeno que é sua vida. O que existe em seu coração, embora invisível aos olhos, tais como os traços de sua personalidade — tolerância, impaciência, gentileza e discrição — ou os vários aspectos de seu temperamento, constitui sua natureza. Sua totalidade física e espiritual, ou seja, sua aparência e sua natureza, juntas, formam sua entidade, a pessoa que você é. Da mesma maneira, sua vida tem várias energias (poder), elas produzem várias ações externas (influência). Além disso, sua vida passa a ser uma causa (causa interna) que, ativada por condições internas e externas (relação), gera mudanças em si mesma (efeito latente) e, em seu devido momento, esses efeitos latentes se manifestam de forma concreta (efeito manifesto). Esses nove fatores também ligam sua vida e seu ambiente sem nenhuma omissão nem inconsistência (consistência do início ao fim). Este é o verdadeiro aspecto dos Dez Fatores da Vida”.

O que é consistência?
Ao pensar na palavra consistência, logo vem à mente algo que seja firme, lógico e coe­rente.
Um exemplo
Pense numa massa de bolo. Ela é consistente quando seus ingredientes estão misturados. Assim, o bolo fica saboroso. Com o princípio da Consistência do Início ao Fim é a mesma coisa. Porque os Dez Fatores da Vida sempre estão bem “misturados”, ou seja, estão coerentes.
Atitudes perante a vida
Ao se relacionar com as pessoas sob o olhar de mortal comum, o que se leva em conta é sua aparência, bem como suas atitudes. Entretanto, quando se usa a visão e o coração do Buda, o que prevalece é que, independentemente de quem seja ou do que tenha feito, essa pessoa é um buda.
Você é um buda
Na verdade, o fator mais relevante é o último — a Consistência do Início ao Fim. Isso porque, a pessoa, em sua essência, é um buda desde o início. Ao mesmo tempo, a vida começa e termina por meio da Lei Mística.
Vínculo com a Lei Mística
A Consistência do Início ao Fim só existe quando a pessoa vincula (liga) a vida com a Lei Mística. E essa ligação não é apenas no pensamento ou no sentimento, mas principalmente na ação. Ou seja, é agir com base na Lei Mística.
A ação do Bodhisattva Fukyo
Um claro exemplo dessa ação é o Bodhisattva Jamais Desprezar [Fukyo]. Seu comportamento era embasado no mais alto respeito pelas pessoas. Ou melhor, reverenciava a natureza de Buda de todas as pessoas, independentemente de quem fosse ou o que tivesse feito. O presidente Ikeda cita o Bodhisattva Fukyo como modelo de praticante do Budismo a ser seguido pelos membros da SGI.
Outro exemplo
Uma pessoa age de maneira errada. O que você faz? Fala mal? Critica? Ou age para direcionar a vida dessa pessoa para o caminho da felicidade? Ou respeita seu estado de Buda? Sua ação é o que o caracteriza como um buda ou não. Ou seja, é o comportamento diante de uma situação que revela que sua vida tem Consistência do Início ao Fim.
Felicidade das pessoas
Uma vez que pratica o Budismo, o início é a verdadeira causa e o fim é prezar cada pessoa. A verdadeira causa — a Lei do Nam-myoho-rengue-kyo — é a atuação em prol da felicidade das pessoas, é aceitar o Gohonzon e recitar o Daimoku. Prezar cada pessoa é realizar o Chakubuku.
Conclusão
“O fator Consistência do Início ao Fim pode ser visto de um plano mais elevado. Ou seja, em termos da essência real para a qual o Buda tornou-se iluminado, a vida do Buda (início) e a vida dos seres dos nove estados (fim) são indiscutivelmente iguais (consistência) como entidades da Lei Mística. Assim, todos os seres vivos podem tornar-se budas, uma vez que despertarem para a verdadeira realidade de sua vida — isto é, que eles próprios são entidades da Lei Mística.”

 01.02.12

A força motriz da transformação

Edição 2114 - Publicado em 14/Janeiro/2012 - Página A4

O que significa ser “mestre da sua mente”?

Myoho-rengue-kyo é a força motriz da transformação. É a Lei Mística presente nas profundezas de nossa vida. A mudança de nossa postura mental, conquistada com a recitação do Daimoku, transforma todos os níveis da vida pra melhor.






Todos os níveis da vida




Todos os níveis citados acima são: o interior do indivíduo, seu modo de vida e o ambiente que o rodeia. Essa mudança que nasce do interior gera inclusive a transformação de toda a humanidade.

MUDE A SUA MENTE,




MUDE A REALIDADE
Todo individuo é capaz de transformar sua realidade a partir da mudança de sua mente. O objetivo do Daimoku é possibilitar que a pessoa seja o mestre de sua própria mente.

Seja o mestre de




sua mente
Tornar-se o mestre da própria mente é fundamental porque é ela que torna possível atingir o estado de Buda. Nitiren Daishonin afirma: “Torne-se mestre de sua mente, em vez de permitir que ela o domine”. (WND, vol. I, pág. 502.)

A sutileza da mente




O presidente Ikeda explanou: “Se seguimos a mente repleta de ilusão das pessoas comuns, que tende a ser fraca e facilmente influenciada, nosso potencial interior pode definhar em pouco tempo ou, pior, nossa vida pode sucumbir aos impulsos negativos e destrutivos. Este é um problema que provém da sutileza da mente”. (TC, edição 466, 01 de junho 2007, p. 48)

A chave para o




estado de Buda
“Pelo fato de a mente ou o coração ser a chave para atingir o estado de Buda nesta existência, não devemos ser derrotados por nossa fraqueza intrínseca. Esse é o propósito da prática budista. A mente das pessoas comuns, sujeita à ilusão, oscila a todo o momento. Por isso, não devemos deixar que essa mente instável seja nosso guia ou mestre.”

Um elefante selvagem




No Sutra dos Seis Paramitas está escrito: “Nossa mente pode, subitamente, escapar de nosso controle. Por isso, devemos domá-la como se fosse um elefante selvagem, e não permitir que ela se torne nosso mestre. Em vez disso, nós é quem devemos ser seu mestre”.

Não seja dominado




O Sutra do Nirvana contém um trecho similar: “Oro para que venha a se tornar mestre de sua mente, em vez de permitir que ela o domine”. (Ibidem)

Diretriz eterna




“Torne-se o mestre de sua mente”, existem referências a essa afirmação em vários escritos e sutras. Reforçando esse ponto, Nitiren Daishonin advertiu seus discípulos por diversas vezes. Chegando a fazer dela uma diretriz para todos os seus seguidores.

Como se tornar o




mestre da mente?
“Para nos tornarmos mestre de nossa mente, precisamos ter uma excelente bússola na vida e um brilhante farol na fé. Não podemos ser governados pela natureza inconstante, fraca e mutável da mente sujeita a ilusões de uma pessoa comum.”

Na direção correta




Para ser o mestre de sua mente, deve-se conduzir a mente na direção correta. Essa direção é o ritmo fundamental da vida ou a Lei Mística. Dessa forma, o verdadeiro mestre da mente é a Lei e os ensinos do Buda.

O mestre do Buda




Sakyamuni
“O Buda Sakyamuni proferiu o juramento de que o mestre de sua mente seria a Lei para a qual havia se iluminado; seu orgulho era viver fiel a esse juramento. Esse modo de vida corresponde à frase “procurar refúgio na Lei”, proferida por Sakyamuni como instrução final aos seus discípulos antes de morrer”.

Seguidores da




mente vacilante
“Os sacerdotes das várias escolas budistas, da época de Daishonin, esqueceram-se desse espírito de Sakyamuni. Seguindo seu próprio pensamento ou ideias arbitrárias, perderam de vista os ensinamentos do Buda, denegriram o Sutra de Lótus e sucumbiram à própria arrogância.”

A prática para




dominar a mente
“Em contraste, Nitiren Daishonin ensinou que o verdadeiro mestre da mente é Myoho-rengue-kyo — o coração do Sutra de Lótus e a Lei fundamental de todos os budas —, e estabeleceu a prática concreta da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo para dominar a mente.”

O verdadeiro mestre




da mente
O Buda Nitiren Daishonin ensinou a seus discípulos que o ponto primordial da fé é o espírito de procura pelo verdadeiro mestre da mente: a Lei Mística.

Os problemas são




como sonhos
Numa carta aos irmãos Ikegami, Nitiren Daishonin afirma: “Uma passagem do Sutra dos Seis Paramitas nos exorta a sermos mestres de nossa mente, em vez de permitirmos que ela nos domine. Seja qual for o problema, considerem-no não mais que um sonho e pensem somente no Sutra de Lótus”. (WND, v. I, p. 502.)

Conclusão




O presidente Ikeda conclui: “Por mais difíceis que sejam as circunstâncias que tenhamos de enfrentar, poderemos infalivelmente transformá-las se não vacilarmos na fé. A fé é uma batalha contra nossa própria fraqueza. Daishonin nos ensina que, para triunfar nessa batalha, devemos basear nossa vida com toda a sinceridade no Sutra de Lótus — a Lei Mística —, sem nos deixar influenciar por nossa fraqueza interior.”


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Significado dos oferecimentos ao Gohonzon

"1. Porque oferecemos incensos e velas ao Gohonzon?
Em relação a pratica do Gongyo e Daimoku, limpar o oratório, oferecer arroz, frutas, água e folhas verdes de shikimi e, ainda, queimar velas e incensos todas a manhas e noites nas orações são expressões fundamentais da nossa sinceridade, por meio da qual acumulamos grande boa sorte. Ha muitas parábolas nas escrituras budistas que contam os grandes benefícios obtidos pelo oferecimento de velas ou luzes ao Buda. O 23° capítulo do Sutra de Lótus, "Bodhisattva Yakuo", conta a historia do Bodhisattva Yakuo, que recebeu incalculáveis benefícios por queimar seus ossos em oferecimento ao Buda. O sutra Kengu explana sobre uma mulher pobre que vendeu seu próprio cabelo para comprar um pouco de linho e óleo e oferecer claridade ao Buda. O sutra diz que sua lamparina continuou acesa por toda a noite, enquanto outras lamparinas doadas por ricos senhores aparam-se com um forte vento.
De acordo com essas escrituras budistas, lamparinas ou velas têm sido oferecidas nos templos budistas desde tempos antigos. A luz simboliza a sabedoria do Buda porque ilumina a escuridão.
Nesse sentido, incense e velas têm sido amplamente usados como oferecimento típicos ao Buda. Contudo, se é impossível oferecer isso, por exemplo, por causa de crianças pequenas que não entendem ou porque não pode obter folhas verdes, pode-se usar luz elétrica em vez de velas, ou substituir o shikimi por folhas artificiais. O mais importante é servir ao Gohonzon com todo o coração e não ficar preocupado demais com as formalidades dos oferecimentos.

2. Porque batemos o sino ao fazer o Gongyo?
O significado real de utilizarmos o sino ao fazer o Gongyo é louvar o Buda por meio do som. É como tocar uma música agradável que da paz e tranquilidade ao ouvinte. Portanto, o sino não deve ser batido violentamente e de preferência deve-se utilizar um sino que produza um som agradável.
Por outro lado, quando se faz o Gongyo em grupo, o sino é utilizado para indicar o início e o fim das orações. Entretanto, a razão fundamental é louvar o Buda.
3. Porque oferecemos shikimi ao Gohonzon, em vez de oferecer flores bonitas?
Porque o shikimi é uma árvore aromatica e sempre verde, e as outras flores murcham logo, não obstante o quanto possa parecer belas ao florir. Nitiren Daishonin nos ensinou que nossa vida é eternal; as folhas de shikimi, sempre verdes, simbolizam a eternidade da vida. Esta é a primeira razão.
Outras razões por que oferecemos o shikimi é para agradecer ao Buda com sua fragrância. Na Índia, quando Sakyamuni pregou seus ensinamentos, ao seu redor havia muitas plantas aromáticas, tais como ales e sandalo. Mas, no Japão, a única planta aromatica apropriada para oferecer ao Buda é o shikimi.
Fora do Japão onde não se encontra o shikimi, São usadas outras especies de plantas tais como o pinheiro e outras semelhantes. Pode-se oferecer, entretanto, qualquer outro ramo que seja sempre verde.
4. Porque oferecemos água ao Gohonzon?
A água sempre foi considerada um símbolo de pureza. Desdes os tempos antigos, oferecer água pura sempre foi considerado como sendo um gesto dos mais nobres, pois ter acesso a água potável não era algo muito simples, como atualmente. Até hoje quando alguém visita nossa casa, nós oferecemos água! No caso do Gohonzon a água deve ser oferecida apenas durante o Gongyo da manhã. Uma vez terminada a liturgia, deve-se se esvaziar o recipiente, evitando joga-la fora pelo ralo ou algo assim. O ideal é colocar a água na natureza, como num vaso de planta ou até mesmo bebe-la."


Fonte: Guia Pratico do Budismo, pg 52, 98 e 102. Editora Brasil Seikyo – Julho de 2000.




Colaboração Izabella Salomão