Budismo para Iniciantes

07.02.12
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Significado dos oferecimentos ao Gohonzon

"1. Porque oferecemos incensos e velas ao Gohonzon?
Em relação a pratica do Gongyo e Daimoku, limpar o oratório, oferecer arroz, frutas, água e folhas verdes de shikimi e, ainda, queimar velas e incensos todas a manhas e noites nas orações são expressões fundamentais da nossa sinceridade, por meio da qual acumulamos grande boa sorte. Ha muitas parábolas nas escrituras budistas que contam os grandes benefícios obtidos pelo oferecimento de velas ou luzes ao Buda. O 23° capítulo do Sutra de Lótus, "Bodhisattva Yakuo", conta a historia do Bodhisattva Yakuo, que recebeu incalculáveis benefícios por queimar seus ossos em oferecimento ao Buda. O sutra Kengu explana sobre uma mulher pobre que vendeu seu próprio cabelo para comprar um pouco de linho e óleo e oferecer claridade ao Buda. O sutra diz que sua lamparina continuou acesa por toda a noite, enquanto outras lamparinas doadas por ricos senhores aparam-se com um forte vento.
De acordo com essas escrituras budistas, lamparinas ou velas têm sido oferecidas nos templos budistas desde tempos antigos. A luz simboliza a sabedoria do Buda porque ilumina a escuridão.
Nesse sentido, incense e velas têm sido amplamente usados como oferecimento típicos ao Buda. Contudo, se é impossível oferecer isso, por exemplo, por causa de crianças pequenas que não entendem ou porque não pode obter folhas verdes, pode-se usar luz elétrica em vez de velas, ou substituir o shikimi por folhas artificiais. O mais importante é servir ao Gohonzon com todo o coração e não ficar preocupado demais com as formalidades dos oferecimentos.

2. Porque batemos o sino ao fazer o Gongyo?
O significado real de utilizarmos o sino ao fazer o Gongyo é louvar o Buda por meio do som. É como tocar uma música agradável que da paz e tranquilidade ao ouvinte. Portanto, o sino não deve ser batido violentamente e de preferência deve-se utilizar um sino que produza um som agradável.
Por outro lado, quando se faz o Gongyo em grupo, o sino é utilizado para indicar o início e o fim das orações. Entretanto, a razão fundamental é louvar o Buda.
3. Porque oferecemos shikimi ao Gohonzon, em vez de oferecer flores bonitas?
Porque o shikimi é uma árvore aromatica e sempre verde, e as outras flores murcham logo, não obstante o quanto possa parecer belas ao florir. Nitiren Daishonin nos ensinou que nossa vida é eternal; as folhas de shikimi, sempre verdes, simbolizam a eternidade da vida. Esta é a primeira razão.
Outras razões por que oferecemos o shikimi é para agradecer ao Buda com sua fragrância. Na Índia, quando Sakyamuni pregou seus ensinamentos, ao seu redor havia muitas plantas aromáticas, tais como ales e sandalo. Mas, no Japão, a única planta aromatica apropriada para oferecer ao Buda é o shikimi.
Fora do Japão onde não se encontra o shikimi, São usadas outras especies de plantas tais como o pinheiro e outras semelhantes. Pode-se oferecer, entretanto, qualquer outro ramo que seja sempre verde.
4. Porque oferecemos água ao Gohonzon?
A água sempre foi considerada um símbolo de pureza. Desdes os tempos antigos, oferecer água pura sempre foi considerado como sendo um gesto dos mais nobres, pois ter acesso a água potável não era algo muito simples, como atualmente. Até hoje quando alguém visita nossa casa, nós oferecemos água! No caso do Gohonzon a água deve ser oferecida apenas durante o Gongyo da manhã. Uma vez terminada a liturgia, deve-se se esvaziar o recipiente, evitando joga-la fora pelo ralo ou algo assim. O ideal é colocar a água na natureza, como num vaso de planta ou até mesmo bebe-la."

Fonte: Guia Pratico do Budismo, pg 52, 98 e 102. Editora Brasil Seikyo – Julho de 2000.


Colaboração Izabella Salomão
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Bodhisattvas da Terra: Bodhi significa “sabedoria do Buda”; sattva, “seres sensíveis” e Terra, Nam-myoho-rengue-kyo ou “natureza de Buda”. Os Bodhisattvas da Terra fazem do Nam-myoho-rengue-kyo ou da natureza de Buda a base de suas ações para aliviar o sofrimento das outras pessoas.
A palavra bodhisattva também significa coragem. O bodhisattva da Terra deve possuir coragem para desafiar o mal desde as suas raízes. Sem coragem, ele não vence as forças da maldade que habitam em sua vida e na de outras pessoas.

Buda: O Iluminado ou Desperto. Aquele que percebe a natureza iluminada da vida e conduz outros a atingir essa mesma condição. A natureza de Buda é inerente a todos os seres e é caracterizada pela sabedoria, coragem, benevolência e energia vital.

Chakubuku: É o método de propagação do Budismo Nitiren. Ato de ensinar a filosofia budista para outras pessoas.
Daimoku: Literalmente, significa “título”.
Refere-se à recitação do Nam-myoho-rengue-kyo. A melhor maneira de compreender o Daimoku é realizá-lo corretamente. Qualquer pessoa pode usufruir plena e ilimitadamente da força do Nam-myoho-rengue-kyo. O requisito é fazê-lo conforme ensinado pelo Buda Nitiren Daishonin. O Nam-myoho-rengue-kyo,
inscrito no centro do Gohonzon, dá um exemplo claro do “Daimoku de Juramento” — ou seja, tornar o Nam-myoho-rengue-kyo
o centro da sua vida.


Gohonzon: A palavra Honzon significa “objeto de respeito fundamental” e go, “digno de honra”.
Gohonzon é o objeto de devoção para a observação profunda da mente. Para quem não tem fé, é apenas um papel comum. Mas, para as pessoas que desejam a felicidade das outras pessoas e apaixonadamente promovem o Kossen-rufu, este é o ponto central da vida. Saber o que está escrito nele não é condição essencial para se obter benefícios. O importante é a fé pura e resoluta. Esse tipo de fé faz que os efeitos surjam imediatamente, pois o Gohonzon é o objeto que representa a Lei contida na essência de todas as leis da natureza. Recitar o Nam-myoho-rengue-kyo diante do Gohonzon com sinceridade dá acesso livre e rápido à fonte inesgotável de benefícios.

Gongyo: Liturgia do Budismo de Nitiren Daishonin. Prática que se realiza duas vezes ao dia, pela manhã e à noite. Consiste na leitura de passagens do 2º capítulo (Hoben, “Meios”) e 16º capítulo (Juryo, “Revelação da Vida Eterna do Buda”) do Sutra de Lótus, seguida da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo.
O Gongyo é a cerimônia diária na qual um praticante budista faz três coisas: lê os trechos essenciais do Sutra de Lótus, reconfirma seus “desejos” por meio das orações silenciosas e prepara o espírito para a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo.

Kossen-rufu: Literalmente, significa “declarar e propagar amplamente” o Budismo Nitiren. O termo também é traduzido como “paz mundial”. Porém, para que a paz ocorra, é preciso que as pessoas realizem a revolução humana — processo de reforma interior — e cultivem valores como o respeito a todas as formas de vida.
Nam-myoho-rengue-kyo: Nome dado
à Lei do Universo, a essência de
todos os fenômenos. A recitação do
Nam-myoho-rengue-kyo foi estabelecida
pelo Buda Nitiren Daishonin (1222–1282), em 28 de abril de 1253.


Nam ou Namu: Origina-se do sânscrito namas, que significa “devoção”, ou “a perfeita fusão da própria vida com a verdade eterna”. Nitiren Daishonin revelou esse mantra para possibilitar a todas as pessoas viver em harmonia ou sintonia com a lei da vida.

Myoho: Literalmente, significa “Lei Mística”.
Myo (místico) quer dizer “insondável”
e ho, “lei”. Myoho é a lei que existe no domínio incompreensível da vida. Myo também pode ser interpretado como a verdadeira natureza da vida ou a realidade suprema e ho,
todos os fenômenos.


Rengue: Significa flor de lótus. O lótus floresce e produz as sementes ao mesmo tempo, representando assim a simultaneidade de causa e efeito, que é uma expressão da Lei Mística. De acordo com essa lei, as circunstâncias e a qualidade de vida de uma pessoa são determinadas pelas ações positivas ou negativas a cada momento. Essas ações, feitas por meio de pensamentos, palavras e ações, resultam no carma. Porém, como as profundezas da vida não dependem do carma acumulado como consequência das ações passadas, é possível estabelecer a verdadeira felicidade independentemente do carma. O destino
é criado pelas pessoas, portanto, elas
podem mudá-lo com a recitação do
Nam-myoho-rengue-kyo.

Kyo: Literalmente, significa sutra, a voz ou o ensino de um Buda. Num sentido mais amplo, inclui as atividades de todos os seres vivos e de todos os fenômenos do Universo. O caractere chinês para kyo originalmente referia-se a uma urdidura de tecido, simbolizando a continuidade da vida pelo passado, presente e futuro. Num sentido mais amplo, kyo expressa a concepção de que todas as coisas no Universo são manifestações da Lei Mística.